Com sete mil pessoas afectadas e pelo menos três óbitos, Boane é até aqui o distrito mais devastado pelas cheias e inundações. As vítimas foram surpreendidas pelas chuvas intensas que começaram a cair na tarde de terça-feira (07 de Fevereiro) da semana passada e pela água que era descarregada a partir da Barragem dos Pequenos Libombos. Quando a água invadiu as machambas, quintais e casas em Boane, ninguém tinha informação sobre o risco de ocorrência de cheias. Além de sonegar a informação sobre o risco de inundações e cheias em Boane, o Governo foi o último a chegar quando milhares de vítimas, algumas sitiadas, clamavam pelo socorro. Grande parte das vítimas foi resgatada por voluntários que usavam meios particulares, sobretudo barcos. Os únicos helicópteros que sobrevoavam Boane transportavam os membros do Governo que, 48 horas depois do início da tragédia, iam “apreciar” o cenário e falar à imprensa.